31 enero 2006

Amália

Gaivota

Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.

23 enero 2006

Solidão


Sempre que me encontro a sós
Com a minha solidão
Que lhe canto o mesmo fado
Um que fala de abandono
E anda por aí escondido
Num sorriso bem traçado.

São dois dedos de conversa
Num silêncio que é só nosso
E em que o mundo nos perdeu
Não sei onde te encontrei
Solidão de onde me vens
P’ra afogar tudo o que é meu.

Não tenho como parar
O lamento que se acende
Numa voz feita oração
Vou rezando em cada fado
Pela paz que tanto anseio
Ter de volta ao coração.

'Da solidão' - Mafalda Arnauth (Diário)

16 enero 2006

Codex Calixtinus

PEREGRINI SIVE PAUPERES SIVE DIVITES A LIMINIBUS SANCTI JACOBI REDIENTES, VEL ADVENIENTES, OMNIBUS GENTIBUS CARITATIVE SUNT RECIPIENDI ET VENERANDI. NAM QUICUMQUE ILLOS RECEPERIT ET DILIGENTER HOSPICIO PROCURAREVIT, NON SOLUM BEATUM JACOBUM, VERUM ETIAM IPSUM DOMINUM HOSPITEM HABEBIT. IPSO DOMINO IN EVANGELIO DICENTE: QUI VOS RECIPIT ME RECIPIT.
Los peregrinos, pobres o ricos, que vuelven de Santiago o se dirigen allí, deben ser recibidos con caridad y respeto por todos, pues quien los reciba y hospede con esmero tendrá por huésped no solamente a Santiago sino también a Nuestro Señor, el cual dijo en el Evangelio: "el que a vosotros os reciba a mí me recibe".
Codex Calixtinus, capitulum XI.

15 enero 2006

Collserola

foto: Mosaico con escudo de Barcelona en el Camí de les Aigües

13 enero 2006

Sete colinas


Encontrei o seguinte texto na agenda cultural da Câmara Municipal de Lisboa, de Janeiro. Pertence a uma reportagem intitulada "À procura das sete colinas" e a escreve João Macdonald. Gostei e foi por isso que copiei este bocadinho que diz assim:
(...)"A lenda é a do reino de Ofiusa, entre os clássicos a Terra das Serpentes, dominado por uma rainha que se apaixonou por Ulisses quando ele aqui aportou com os seus homens. A rainha quis prendê-lo, e ele fingiu corresponder à paixão, para tão só erguer a mais bela cidade do universo: Ulisseia. A cidade fundou-se, Ulisses partiu (não estivesse a fiel Penélope à sua espera em Ítaca), e a soberana de Ofiusa, irada, perseguiu o herói até ao mar prolongando o seu corpo de serpente, moldando a terra em sete colinas."(...)
Interessante, não é?

04 enero 2006

Proposta de nou Estatut

...bla, bla, bla,... (preàmbul)
Es per tot això que aquest Estatut estableix que:
Primer - Cornellà es una constelació d'estels de totes les formes i colors.
(i a partir d'aqui) ...bla, bla, bla,... (ja es poden escriure altres històries i pel-lícules)

02 enero 2006

La sombra del viento

Acabé de leer "La Sombra del Viento", de Carlos Ruiz Zafón, y me ha parecido extraordinario. Está ambientado perfectamente en la Barcelona de la primera mitad del siglo XX y su texto está escrito de una manera prodigiosa, jugando con historias paralelas en tiempos diferentes y manteniendo al lector atento y fiel al relato hasta su conclusión.
El niño Daniel Sempere es conducido por su padre al Cementerio de Libros Olvidados, un lugar secreto y misterioso en el que se guardan libros viejos y abandonados. La tradición manda que en la primera visita al lugar, el visitante debe escoger y adoptar un libro el cual debe custodiar. La obra elegida por Daniel se titula "La Sombra del Viento". Una vez leída apasionadamente, el muchacho descubre que se trata del único ejemplar existente y empieza a indagar en la historia del libro. A partir de ahí entrará en una espiral de acontecimientos que dejarán absorto al lector.
No he leído nada más de este escritor, pero como a Daniel Sempere, yo también deseo leer todas las obras del mismo autor, en este caso Carlos Ruiz Zafón, esperando que existan y que nadie las haya quemado.